Ainda me lembro daquela praia à luz do luar. Deitados na areia, fogueira à beira-mar. O vento se fazia em brisa, trazendo diminutas gotas do imenso oceano.
Impossível dizer se era pelo calor dos nossos corpos ou pela energia que ainda guardava do astro rei, mas as areias praianas pareciam se encher de pompa em poder nos tocar e servir de base para nosso sonho se realizando. Ser capturada por nossas mãos não era apenas um desejo, mas uma necessidade deste solo. Se tornava sobrenatural…
O que falar do fogo, que crepitando por entre a madeira cintilava de emoção ao perceber que aquecia nossos corpos e era aquecido por nossos corações? Sua luz emanava paz, transformação e alegria. Servir a nossos corpos era devoção. Se tornava sobrenatural…
O vento passeava entre seus negros cabelos e cantava uma canção distante. Cantava a felicidade de poder caminhar entre nós e nos trazer palavras de cada parte do mundo. Se deliciava ao entrar em nossos corpos e sentir emoções nunca vividas por alguém. Se tornava sobrenatural…
Um oceano inteiro era pouco para nós, mas mesmo assim, indo e vindo ele tentava se aproximar e beijar nossos pés. Sorria e cantava com o vento ao sentir que lavava e purificava nossa alma apenas com o olhar, mas não se cansava de nos entregar presentes, conchas cada vez mais belas. Se tornava sobrenatural…
Conversávamos sobre mim, sobre você, sobre o presente e tudo o que virá depois. O Universo conspirava por nós e a lua estava cheia energia e luz, disposta e ansiosa para acalentar nossa paixão. Sentíamos um ao outro e a natureza ansiava pela nossa união. E num beijo longo a Quinta Essência da Vida nasceu. E como deuses, criamos o Amor.
Lembranças criadas… Memórias de um futuro inexistente…
Guilherme Euripedes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Penso, logo posto.