Era a Morte pela Vida.
Só havia duas escolhas. Lutar bravamente para viver com justiça ou morrer covardemente como um cão acuado.
Estava claro para o homem que era. Calçou sua bota de couro e vestiu sua cota de malha e sua armadura de metal. O timbre no peito mostra o símbolo do Dragão Azul. Símbolo de paz, glória e retidão.
Caminhava entre seus companheiros dividia com eles as mesmas emoções. Paixão. Medo. Esperança. Cada qual com suas mentes ocupadas com seus próprios assuntos, mas ele em especial pensava em um especial. Sua mente se ocupava de um amor deixado para trás. Não o que estava em casa à sua espera, com seu pequeno e amado filho. Não sua esposa. Mas o amor adolescente a quem um dia jurou se casar.
Agora era tarde. No ardor da batalha seu machado dilacerava corpos, contundia braços e amassava armaduras. O suor pingava do seu rosto, seu corpo pedia por apenas 5 minutos de descanso e breves goles de água, mas naquele momento parar era morrer, e a sua vontade de permanecer junto à Vida era maior. Prometia a si mesmo que se continuasse vivo, voltaria e faria tudo diferente. O arrependimento lhe custava o presente, lhe causava hesitação. Custar-lhe-ia o futuro.
Era a Vida pela Morte.
Só havia uma escolha. Matar. Sua missão era simples, desde que foi idealizada sua função nunca havia mudado, e ela sempre a cumpriu bem. Nunca havia deixado ninguém para trás. E durante séculos foi assim.
Honrar seu dono era sua missão. Desde que ele a honrasse também. Sua casa era adornada em ouro, prata e pedras preciosas. Seu punho era maciço e rebuscado. Seu corpo era do que havia mais resistente na terra, e nele estava grafado a vitória do seu povo. O “Leão” sempre vencera.
Filha única, sua companhia era seu par. Enamorada pela glória de sua família, a ninguém mais ela servia. Com ele não sentia medo, não sentia dor, não sentia nada. Cansaço e fadiga não faziam parte de seu vocabulário. Entre vitória e derrotas seu intento sempre foi alcançado. Sentia orgulho de si, e passava orgulho aos demais que a fitavam durante a caminhada para o combate.
Agora era o momento. O calor da batalha a deixava feliz. Ser banhada em sangue inimigo não era de todo ruim. A Morte era sua companheira e ela nunca a deixaria só. A cada movimento uma ruína. Era a emissária da desgraça, o arauto da destruição. E num giro de seu mestre mais uma vida era ceifada. Um homem não devia temer e hesitar perante seu inimigo.
Esse é a hora da Morte. A hora da Vida.
Esse é o momento onde Aço e Carne colidem.
Guilherme Euripedes
Muito bom! Eu imaginei que o post ia ser de ficção científica pelo título!
ResponderExcluirAliás, você PRECISA ler Cornwell!
Gostei de como você escreve. Descobri seu blog através da postagem que fizestes no Filosofia Metal. Muito legal e estou seguindo!!!
ResponderExcluir=**, Jowzinha
Pensando Música.
Eu comprei recentemente o Box da "Busca pelo Graal" do Bernard! Mas ainda não comecei a lê-lo...
ResponderExcluirObrigado Jow! To fuçando sue blog, muito bom! Acabei seguindo tbm!
Até mais.