segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Branco da Paz











Somente esta hora entendo o não gostar
Velar-te nunca fez parte dos planos meus
Nem fogo, febre, nem agasalhos.
Sob o céu que chora gelado, impera o frio.
No corpo inerte, meu coração se repartiu.

Madrugada do mais branco luar,
Estrelas, em vão, consolam com pêsames.
Cai junto o choro que me toca alma
Com gotas geladas da mais pura calma
Enquanto meu grito se perde em poderes.

Sua agonia hoje me faz falta
Enquanto houver dor a vida aqui estará
A paz é quem me caça, como lebre e carcará
Sou vítima da escolha, ilusão da oração
Supliquei cura e me veio maldita colheita

Agora entendo porque odeio o frio
Lembra-me a neve, o terror do vazio
Flocos puros de branca paz que acompanha a morte
Curandeira das enfermidades, dores e chagas
Na neve reflete a luz, fim da sua e minha estrada.

Guilherme Euripedes

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Penso, logo posto.