- Já estou farto minha Amaterasu. Criamos os seres humanos, damos a eles inteligência e força para prosperar, e como eles nos retribuem? Com ódio, descrença e sacrilégios. Isso tem que acabar. Darei um fim em tudo isso.
-
Desde que o mundo é mundo nós vemos isso acontecer meu senhor Susano’o, e você
ainda não entende a humanidade? Parece que finalmente a idade tem se mostrado
em seus pensamentos e ações. Já te levaram as memórias.
-
Como pode dizer isso a mim, minha Diana? Ambos sabemos que com a idade vem a
sabedoria, e que eu tenho a sabedoria de todos os deuses, pois sou o único
Deus! Minha memória se remete aos confins dos tempos.
-
Não com a idade, mas com a experiência. Sua teimosia te cega, pois então se
esqueces do dom mais precioso que nós temos e que damos a eles também. Esquece-se
que apesar de renegarmos poderes, lhes demos a opção, Kernunnos.
-
A opção? Quando nós os criamos não vos demos opção Maria, nós lhes demos suas
tarefas e as fizemos para seu próprio bem. Nós os amamos tanto. Não é justo
defendermos nossa cria do mal que eles mesmos podem se causar?
-
Não falo dessa opção Yaveh, falo daquilo que mais se orgulhas em ti. O Livre
Arbítrio. E sim, nós realmente os amamos, mas já discutimos sobre interferir na
vida dos homens. Eles já são capazes de fazer tudo o que quiserem. Não mais
interferimos no destino há milênios. Se eles quiserem nossa sabedoria, basta
que venham até nós.
-
Pois se é assim Ísis, os julgarei de acordo com suas ações e se não optarem por
nos seguirem e alcançarem a evolução, ao fim da vida eu os jogarei de volta
para o Samsara para sempre!
-
Osíris, não sejais assim. Eles já aprenderam uma vez e tornarão a aprender
sempre que for necessário. Eles não são mais crianças, sabem cuidar de si. Uns
virão até nós, outros se esquivarão. Será como sempre foi desde Adão e Eva. Não
se lembra de seus filhos?
-
Mas eu sou Olodumaré, eles tem que me respeitar. Conhecem minha existência.
Sabem do que sou capaz, e mesmo assim eles zombam em minha face e fazem
escárnio de minhas palavras!
-
Você é Olodumaré, aquele que um dia errou. E eu sou Nanã, aquela que te deu
apoio. Ouça-me novamente. Estamos indo pelo caminho correto, como sempre
estivemos. Escolhemos agir assim, e agora deixaremos tudo nas mãos dos humanos.
Eles são livres para agir como quiserem, e se um dia eles chegarem a destruição
final por conta de sua ignorância, saberemos que não foi por nossa causa, mas
pela vontade deles. Nós vos demos nossa vida, agora eles próprios são o poder
divino. Acredite, eles se erguerão. Assista vossa glória, pois será também a
nossa.
-
Tenho medo dessa glória, queria Nuwa. Os deuses que moram nas almas dos seres
humanos têm se voltado mais para o Yin se esquecendo do Yang. Suas luzes estão
se apagando tenho medo de que eu não possa fazer nada para reacendê-las.
-
Oh Fu Xu, todos os seus pensamentos são de preocupação, mas sua base é o temor
de não ter mais filhos. Se a força de nossos filhos vem de suas almas, essa
força é a nossa. Nossa centelha divina reside em seus espíritos. Eles sempre
manterão o equilíbrio conosco, e nós sempre manteremos o equilíbrio com eles.
Assim é a Natureza.
-
Estais certa novamente Mulher. No fundo eu já sabia... As pessoas são fortes,
não precisam de todos nós, deuses, se não nos quiserem.
- Deuses, talvez não meu Homem.
Mas precisarão de companheiros. Seja no Inferno, na Terra, ou no Céu.
Guilherme Euripedes
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Penso, logo posto.